Pranto meu
O tronco da árvore chorou
Um choro igual ao meu Ambos choramos Sem açúcar na vida Caí no abismo da ilusão A árvore foi derrubada Eu fui desamada Sem amor a vida não respira O livro não tem páginas Lâmpadas não acendem Cobras não envenenam Dragões desaparecem O café esfria na xícara A perdiz faz silêncio E a árvore em mim Vai buscando um sopro de vida Em lâminas cegas.
Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 16/10/2019
|