Um domingo para sorrir
Um domingo para sorrir
Mas cá dentro em mim Não há sorrisos livres Estão acorrentados Aos meus dissabores da vida E o domingo tarda a passar Pois o nada prolonga as horas Bom seria poder sorrir De qualquer coisa, de coisas tolas De coisas que nada dizem E por isso nos fazem sorrir Eu sorri nos tempos de céu azul O céu ficou cinza para mim Atrás das fortunas perdidas Na mesa de bar da esquina Ah! Solidão ingrata, maldita Bruxa malvada impiedosa Deixa-me ir além dos sorrisos E sentir a felicidade correr em mim Numa estrada reta de brandura Meiguice de mim para mim Sentir-me ao menos na Terra Ser de nada, ser em nada Causa de critérios esporádicos Fêmea em nuanças sombrias Tirania perdida do que nego Ontem eu era a exatidão Mas o caos quebrou a minha teoria Viver é ter-se e dizer-se Aos becos das madrugadas Fazer-se sóis atrás de si.
Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 16/10/2019
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