Fui operária de construção
Fui operária de construção
Levantei edifícios de dúvidas Fiz alicerce de mistérios E o vento que veio do norte Me trouxe a inquietude Das tardes de pensamentos Entre a fé e a razão O sensível e o inteligível Roupagem falha filosófica Gargalhadas céticas Sopros da unidade Levantei baldes de lacunas Buracos na essência Fiz-me coisinha de nada Num ponto determinado Coração descontente Batendo um tanto atrasado Ouvindo as vozes da festa As sombras do meu quarto A luz matando a escuridão Vou indo...vou indo.
Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 17/10/2019
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