Domingos tristonhos
Todos os domingos
Volto as páginas Do velho livro Na velha cabeceira E releio a escuridão Os domingos são claros Lá fora pra multidão Cá dentro os domingos São de sangue covarde Por trás das portas Escondidos estão Os sapatos de Joana Domingos passados Eu relia claridades E não chorava Ao tomar chá sozinha Tenho medo do soluço O domingo é um dia tão lindo Dizem as pessoas lá fora Mas para mim o domingo É um desassossego horrível Vontade de não viver De repente envelhecer E fechar o domingo Na saliva saudosa.
Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 19/10/2019
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