Rosângela Trajano

Nasce uma estrela sempre que se escreve uma poesia

Textos


A menina da plantinha
 
Uma vez uma menina
Desejava criar algo
Cansada da vã rotina
O pai era gentil fidalgo
 
Ganhou uma bela plantinha
De presente do doutor
Meio frágil coitadinha
Necessitava de amor
 
Não sabia onde guardar
A plantinha sorridente
Pensou num grande lugar
Era uma ideia somente
 
Matutando um bom lugar
Achou certa janelinha
Ouviu o gato miar
Para comer a plantinha
 
Rapidamente tirou
A plantinha da janela
Bichano bravo ficou
Logo seguiu atrás dela
 
Difícil achar local
Para guardar a plantinha
Longe daquele animal
Que instinto apurado tinha
 
Colocou sua plantinha
Perto da televisão
Não ficaria sozinha
Estaria em proteção
 
Mesmo na hora da novela
De repente, veio um grito
Menina largou tigela
Grito bastante esquisito
 
Sem saber dos muitos mimos
Da plantinha escandalosa
Menina chamou seus primos
Estava tão curiosa
 
Os primos se assustaram
Com a danada plantinha
Por minutos pensaram
Foi feitiço na bichinha
 
Meus primos são tão bobões
Plantas não se enfeitiçam
Têm dois pés e corações
Assustadas se eriçam
 
Menina descobriu
A sua doce plantinha
Voz do mocinho ouviu
Na velha televisãozinha
 
De novela bem gostava
Conhecia seu mocinho
Plantinha logo avisava
Como era seu dengozinho
 
A noite chegou bem cedo
A menina adormeceu
A plantinha teve medo
Do gato que apareceu
 
Plantinha muito chorou
Trêmula se balançava
Menina logo acordou
Qual medo lhe angustiava
 
Quis a menina saber
Plantinha que cuidou
Deu-lhe água pra beber
Gato pra fora botou
 
A noite bem devagar
No seu relógio passava
Menina nem dormiu
Novo dia já chegava
 
Ir à escola devia
Em saco iria a plantinha
Lição nova aprenderia
Com gentil professorinha
 
Seu caderno ajeitou
Tomou feliz banho belo
O seu corpo perfumou
Calçou seu velho chinelo
 
No meio da rua cheia
As pessoas indo e vindo
Plantinha tossiu alheia
Toda poluição engolindo
 
Na escolinha chegaram
Quase mortas coitadinhas
Nada elas comentaram
Respiraram fumacinhas
 
Vigia aflito ficou
Garapa preparou sim
Água e açúcar colocou
Encheu o copo até o fim
 
Mandou menina beber
A garapa devagar
Depois dela espairecer
Dali plantinha levar
 
Digo sempre a todo mundo
A poluição está matando
Nosso ambiente profundo
O povo está atacando
 
Até a sua plantinha
Quase morreu essa coitada
O fim da cidadezinha
Que cresceu desenfreada
 
Aqui muito antes morava
Gente de todo lugar
Plantinhas eu cuidava
O povo deixou de amar
 
As plantas e os animais
Vivem tudo poluindo
Não se preocupam mais
Nossas dores não sentindo
 
Leve essa bela plantinha
Pra casa e cuide dela
Ague rápido a bichinha
Trate dela igual donzela
 
Logo pra casa voltou
Fez pedido do vigia
Um curativo botou
Na plantinha que morria
 
Rezou pro Nosso Senhor
Salvar a sua plantinha
Pediu um pouco de amor
Respeito para a vidinha
 
Lágrimas muito chorou
A cidade poluída
Quase a plantinha matou
Deixou-a muito sofrida
 
Um milagre aconteceu
A plantinha respirou
Num sorriso se mexeu
Menina perto ficou
Alegria percebeu
No seu gato que miou
******
Rosângela Trajano em 12 de novembro de 2019
Tarde de primavera
Mamãe dorme na redinha
**** 
Exercícios para o bom pensar.
 
1 – O que uma plantinha precisa para ser feliz além de água e adubo?
 
2 – O que as plantinhas sentem quando são abandonadas por nós?
3 – Por que as plantinhas precisam de amor e carinho?
 
4 – Como cuidar dos dengos de uma plantinha?
 
5 – O que é a poluição?
 
6 – Por que a poluição está destruindo as cidades?
 
7 – Por que as plantinhas não suportam a poluição?
 
8 – Que males a poluição pode nos trazer?
 
9 – Como combater a poluição?
 
10 – Como são as cidades poluídas?
 
Desenhe uma plantinha vivendo em um lugar sem poluição.
Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 17/11/2019
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras