Rosângela Trajano

Nasce uma estrela sempre que se escreve uma poesia

Textos


Fadinha do dente

Uma vez uma fadinha
Que sabia guardar dentes
Andou na cidadezinha
Comprar pros cabelos pentes

Encontrou um bom menininho
Na rua muito a chorar
Dentes doendo bastantes
Nunca pôde os escovar

Abra bem sua boquinha
Pediu-lhe a tal fadinha
Viu pois vários dentinhos
Cheios de cariezinha

Perguntou-lhe pela escova
O menino nada tinha
Não sabia o que era flúor
Comia doces com pinha

Fadinha preocupada
Saiu pois de casa apressada
Esqueceu a sua vareta
Não tinha com ela nada

Pegou na mão do menino
Conhecia uma dentista
Que há séculos era amiga
Por todos muito bem vista

Andaram vilas e becos
Montanhas bem subiram
Lagos atravessaram
Numa nuvem dormiram

Nem o dia amanheceu
Menino bem reclamava
Seu dente mais que doía
A cárie nele inflamava

Bateram pois à portinha
De uma tal casa amarela
Telhado meio azulado
Com três flores na janela

Apareceram fadinhas
De todas meias e cores
Alegres e bem falantes
Diziam, sim, curar dores

Quem curava dor de dente
Estava muito doente
Era a tal dentista amiga
Que ajudara tanta gente

Quis com ela conversar
Fadinha preocupada
Pedir para lhe ensinar
Resolver a tal parada

A tal fadinha do dente
Só aprendera a guardar
Dentinhos bem arrancados
Sem crianças pois chorar

Aprendera, sim, também
A cuidar bem dos dentinhos
De menininhos peraltas
Que comiam uns docinhos

Mas não sabia cuidar
De meninos bem tristonhos
Com fortes dores de dentes
Sem casas, comida e sonhos

Levaram a tal fadinha
E seu menino chorão
Para dentro pois da casa
Com grande porta e salão

Apareceu outra fadinha
Muito mais velha tadinha
Segurando bela escova
De dentes muito branquinha

Foi logo tão alto dizendo
Criança deve escovar
Direitinho seus dentinhos
Depois que se alimentar

Por que vieram aqui
Esse menino que chora
Que dor tem na sua boca
Que de mim querem agora

A fadinha temerosa
Com bem cuidado explicou
Vida daquele menino
Que só, na rua, encontrou

Vou usar mágica escovinha
Seus dentinhos curarei
Usarei um pouco de flúor
De longe o vigiarei

Velha fadinha mexeu
Sua mágica escovinha
De lá pra cá, vai e vem, vai
Menino aberta boquinha

De repente, a dor passou
O menino sorriu
Fadinhas se alegraram
Cansado bem dormiu

A fadinha agradeceu
Àquela outra tal fadinha
Que bem mesmo adoentada
Não negou sua ajudinha

Quando menino acordar
Bem ensine ele escovar
Com este creme dental
Dentinhos pois devagar

Sempre que algo bem comer
Docinhos principalmente
É sua a mágica escova
Seja a fadinha do dente

Fadinha toda contente
Pôs tal escova no peito
Menino bem abraçou
Benquerer estava feito

Como uma boa fadinha
Não pensou deixar na rua
Aquele pobre menino
Levou-o pra casa sua

Só o menino acordou
Bastantes anos passados
Na azul casinha da fada
Dentinhos tais pendurados

A fadinha sorridente
Calmamente lhe explicou
Aqueles brancos dentinhos
De meninos bem trocou

Por três belas moedinhas
Deixadas no travesseiro
Meninos cuidadosos
Não comiam brigadeiro

Sem depois pois escovar
Com cuidado seus dentinhos
Qualquer coisa que comessem
Fio dental bem usar

Menino logo aprendeu
Seus dentinhos escovar
A dentista visitar
Fadinha pois a cuidar
Sua higiene bucal
E do seu belo brincar
************* 
Rosângela Trajano em 04 de dezembro de 2019
Às 17 horas, mamãe está em casa
Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 05/12/2019
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