Meus olhos procuram um sorriso
Às vezes quero agarrar-me ao tempo Reencontrar-me com o passado Fugir da tristeza do agora Sinto uma necessidade enorme de gritar Para o mundo perceber que existo Meus olhos procuram um sorriso Dão-me apenas a resposta do que sou hoje, Porque ontem fui estrela e pensava grande Viajei por lugares belos e conheci muita gente! Vivi emoções fortes! Amei a quase tudo que apresentaram-me, Mas foi pouco diante do que sonho Aquilo que ficou na minha imaginação É o que despertou-me para a vida, Talvez, tarde demais. Despedi-me da coragem numa estação barulhenta, Onde o trem levou embora uma bagagem sem dona Cortaram minhas pernas para não correr ao sucesso Ordenaram-me a não chorar, nem entristecer-me Diante da multidão escondi meu pranto Aprender a perder é ser digno de enfrentar lutas Nunca me vesti de ambição para a roupa não grudar em meu corpo Transpirei pelo cansaço e jamais pela beleza Só das janelas é que pude contemplar meu mundo Sentada à beira-mar construí meu castelo de areia Conversei com o vento que me cortejava ao passar Trigo que faz o pão, uva que faz o vinho Guardem meu segredo maior daqueles que me vigiam Recolho-me nesses versos pra fugir da solidão Senhor Sol, ilumina os caminhos que pisam meus pés Carrega-me em teus braços quando cansar da caminhada Contudo não permitas que eu desista das artimanhas da vida Alivia essas dores aqui da minh’alma Estou esperando algo e nem sei o quê Sentar-me-ei para descansar até que encontre o que espero Felicidade alimentar-me é o que quero Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 15/01/2020
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