Portas e janelas abertas
Vislumbra-me o caminhar sem temor Poucos dão as mãos num gesto de carinho Os homens de negócios se abraçam Onde está o calor da alma? Dos vestidos que pus em meu corpo Nada era de seda, mas de retalhos Colares e anéis só de bijuterias E no dia que usei ouro e seda Não me prendi ao medo de ir às ruas A minha casa é pintada de branco As portas e janelas abertas Convidam os transeuntes a uma conversa Mas eis que no jardim florido Há rosas belas e perfumadas Alguém me falou de algo que se chama mal... Ah, criaturas tolas! Inventam conceitos efêmeros Para decorar o que falam, e não pensam na essência Pois falo nesses versos da liberdade que tenho E sorrio daqueles que se julgam prisioneiros Voam os pássaros em bando e são felizes! O homem que se diz bom julga o homem mal Ambos não sabem voar e pensam não poder Gigantes são as aves que mesmo presas em gaiolas Ainda assim cantam e voam naqueles pequenos espaços Sonho pequenino de criança não morre ao crescer Trago nas mãos apenas o gesto de tocar É dessa liberdade que nada fala, mas que tudo ouve Um grito que não prendo na garganta O instante da magnitude do correr aos braços da sabedoria. Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 15/01/2020
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