Bonecos de panos
Não permitas que a tristeza do agora Perturbe tua paz espiritual Dê-me um sorriso, mas não o dos lábios E sim, o da tua alma Procurei por flores ainda há pouco Presentear-te foi meu desejo Todos os jardins que pude ver Estavam por trás de grades Sentei-me à calçada da minha casa, Pensei em ti com saudades Ah! Não me venhas falar sobre o tempo Às vezes quando alguém bate a porta na saída Sinto-me abandonada... dor da partida Continuamente surpreendemo-nos com as pessoas Como velhos bonecos de panos Em mãos tristes e momentos de ira Batem-nos, machucam-nos e rejeitam-nos Bonecos são desprezados em um canto qualquer; Nós somos gente nesse enorme Universo Sem forças pra caminhar Vagamos perdidos e vazios pelo cotidiano Ontem, contemplei as crianças da minha rua, Brincavam felizes e faziam algazarra Em frente a minha casa há um jardim sem dono Florido, colorido e perfumado Jamais tinha percebido essas coisas Porque só enxergo aquilo que meus olhos querem Só compreendo aquilo que minha mente determina Mas não sofro porque quero Valorizo demais coisas pequenas A dor de uma perda tem cura Se não quiser sofrer por muito tempo Fechas os olhos da alma, Veste-te de esperança E costuras os tecidos do teu corpo Porque bonecos de panos também têm valor. Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 19/01/2020
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