A menina que queria um dengo
Era só uma menina Muito carente Queria um dengo Para dormir contente Ninguém a entendeu Ela queria cocegazinha Nos pés ou nas mãos Na sua barriguinha Sofria de amores Esquecidos nos dias Aliviar as suas dores Em novas alegrias É possível amar Duas vezes Não sabia falar Achava que sim Talvez não Quem havia de dizer Importa seu coração Gigante e sofrido Ter tanta gente lá dentro E de todos ter esquecido Em instantes a menina Se pegou amando Uma negra estrela pequenina Que sempre chega-lhe voando A menina pediu dengo Para aquela negra estrela Mas nada veio de lá Cabecinha estranha há de tê-la Essa menina que pede dengo Com tanta gente no coração Talvez alguém sofrendo Um pouco mais do que ela Possa compreender seu soluço Segurar o seu pé e mão Fazer-lhe dengo no narigão Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 15/01/2021
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