um que para tantos eus
nem sei que roupas visto hoje talvez a de uma mulher lésbica ou quem sabe a de uma trans não sei... nem quero saber visto o que achei de mais bonito guardado no velho baú de madeira toquei a flauta doce para Ísis arrisquei-me a dormir com ela fui mais mulher em seu berço tirei fotos do buraco negro nadam peixes no meu oceano Ìsis ensinou-me a chorar quando as flores forem pisoteadas meu mundo é cego e eu caminho a bater em paredes entre um povo e seus ancestrais esquecer o passado é queimar ossos que nos contam histórias há séculos morrendo no meu caminho preciso ver-me à janela Ísis dorme enquanto a olho sopram trombetas atrás das montanhas um vento desvirginou a manhã de outono eu desvirginei Ísis num beijo desassossegado pássaros ainda voam na metrópole com céus acizentados... Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 22/03/2021
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