retirei areia dos olhos
para enxergar a ponte não me contaram da noite cheia de pernas e braços da sua estranha viuvez ontem passei num rio sem saber a idade do tempo escorreguei na pedra da dúvida atravessei a ponte para o infinito que minha psique encontrou não permitirei suborno ao meu inconsciente o senhor das chaves viajou mas lá dentro estou eu sem saber sair de mim buscar lobos no pensar viver... aquele predador levou um pedaço meu ponte... rio... noite eu me viro cangaceira de Lampião de espingarda sem balas mato o sonho com bandido roubo pão ao esquecido invado casas e rezo um terço antes de matar a estranha dor carrego uma cruz no pescoço pra ter fé ponte...rio...noite o sertão veste felicidade quando pinga algo do céu sertanejo retira o chapéu agradece ao Nosso Senhor de repente, a noite casa de novo com Lesbos eu sou menina a brincar de mocinho e bandido eu sou mais a caatinga da poesia doída sertãozinho sem vaca não é vida Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 26/03/2021
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