Jogaram pedras na minha alma
Adoeci de tristeza e nunca mais voltei a ser quem era Perdi as duas mãos cheias de poesias Deixei o gato com fome no telhado Esqueci a xícara de café vazia em cima da mesa por quase um século Não! Eu não so mais a mesma Todas as manhãs saem pedras dos meus olhos tristonhos Não vou mais ao córrego de perto da minha casa Esqueci de conversar com Deus por medo de pedir-lhe o impossível Quis muito o perdão de pessoas que se diziam amigas Hoje sou anciã na casa velha à espera de um não sei o quê imenso Quem dera um gigante pudesse visitar-me com flores nas mãos Choro... choro sem querer entender a incompreensão alheia A ingratidão talvez doa mais em meu peito vazio Talvez amanhã eu abra a porta novamente.... talvez Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 07/06/2021
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