Todas as pedras
Estão mortas Além disso Não há mais céu Na velha poesia O guardião está morto E só o pássaro resiste A saudade tresloucada Que pede esmolas de dia E à noite é prostituta Pinta o beco de sangue Quem dera o tempo Dos versos compartilhados Das horas infinitas Em relógios quebrados A vida é uma senhora cruel Deixa-nos cair no abismo E sorri dos nossos fracassos Quisera eu esquecer as aquarelas Pintadas para Carolina de Jesus No âmbar a luz é contente Eu sou o pranto do mangue A esquecer da ave que não vem mais ao ninho Onde mora a dor nem o coração sabe Há uma esperança... esperar o vestido ver o sol Quem de nós sofre mais eu não sei Em mim a orquídea vive apesar do silêncio do asfalto Se eu fosse Sísifo sofreria menos Castiga-me, ó lenço branco, e eu passarei esperança nos calos da minha alma Ontem eu quis dizer sim pra mim Era tarde... o sono fez-me dormir Hoje foi mais um dia... mais um dia Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 11/06/2021
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