Esta pele negra tem vestes
Outrora descosturados Por mares bravios Relógios esquecidos Marcas que passam Horas de estações Recebo luas em cestos Dói o benquerer morto ** Sim, sou a pele negra De muitas manhãs Sem festas nas ideias Porque o ódio se acende Na canção escondida Em infinito telhado De buscas de um nada Oprimido à esquina Onde a flor está morta E eu ainda respiro águias *** Rios de meio nada Infinita pele negra Habita em fósforos Sem mortandade Há luz na pele Os guizos florescem Em corações de pedra O outro rito faz nascer amor **** Não tingirei os olhos De medos órfãos Nessa pele negra O outro lado da rua Tem uma casinha Onde mora o gigante Amor pra ser grande Sê tudo *** Sonhos atrás de mim choram Pintados na pele negra Molhados por uma chuva Feita de anéis sem ideias Qualquer coisa me faria Ser rainha no deserto Ir mais forte ao realejo Não pensar na morte Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 11/06/2021
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