o silêncio desce do passado
tornar-se guardião da luta mulher imigrante em pedra limpa o calor do rosto Lucíola também amou todas nos amamos mesmo mortas ainda há homens que dizem não entenderem nossas lutas somos chamadas de feministas desce o grito nesse homem que nem sabe ser selvagem finge gentilezas pra ninguém porque boba só a abóbora gigante de Cinderela ainda assim respeitou os camundongos não passarão bruxas na igreja, diz o padre sem saber que uma bruxa deu à luz ao Salvador somos todas bruxas que sangram mais em partos por mãos de machistas querem nossas almas para assá-las junto com os porcos passa por mim o acendedor de luas e sorri ainda há salvação atrás das diversas portas eu choro, mulher de rua, o teu prato de feijão vou mandar plantar erva cidreira nos pés da Virgem Maria não é doce a vida de uma lavadora do rio das Quintas lá também mora um Barba Azul Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 11/06/2021
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