Rosângela Trajano

Nasce uma estrela sempre que se escreve uma poesia

Textos


o silêncio desce do passado
tornar-se guardião da luta
mulher imigrante em pedra
limpa o calor do rosto
Lucíola também amou
todas nos amamos mesmo mortas
ainda há homens que dizem não entenderem nossas lutas
somos chamadas de feministas
desce o grito nesse homem
que nem sabe ser selvagem
finge gentilezas pra ninguém
porque boba só a abóbora gigante de Cinderela
ainda assim respeitou os camundongos
não passarão bruxas na igreja, diz o padre
sem saber que uma bruxa deu à luz ao Salvador
somos todas bruxas que sangram mais em partos por mãos de machistas
querem nossas almas
para assá-las junto com os porcos
passa por mim o acendedor de luas e sorri
ainda há salvação atrás das diversas portas
eu choro, mulher de rua, o teu prato de feijão
vou mandar plantar erva cidreira nos pés da Virgem Maria
não é doce a vida de uma lavadora do rio das Quintas
lá também mora um Barba Azul
Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 11/06/2021
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras