Rosângela Trajano

Nasce uma estrela sempre que se escreve uma poesia

Textos


rosto pintado a dedo
não sabe ser rei
numa noite negra
todas as aves dormem
casas de botões sem portas
traduzem-se aos ipês negros
venho da senzala fétida
Do tronco impiedoso
rasgaram meu corpo
onde caiu o sangue da noite
nasceu um ódio branco
pintado em séculos parados
esse tempo mata a gente
saudade ou ilusão presente
sou filha de santo sem terreiro
oferenda deixo para xangô
vaso de barro com amor
eu sou a infinita dor
Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 11/06/2021
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras