estranha a mim sigo esquivada do nó da opressão minha porta aberta recebe guardiãs perturbadas querem roubar-me a noite o que ficará de mim quando apagarem minha negritude trago nos pés cansados três tulipas e um pincel não! não apagarão meu eu que desce às profundezas da lama de um mangue assustado onde viver é parir-se continuamente a outra estrela Dalva fugiu do céu com Iansã tiro das águas a exatidão de anoitecer em terras ingratas eu sou a melancolia de Ficino beijo mais o diabo que Deus toda hora tem um leão no meu caminho sê mulher e negra antes do devir-morte
DO LIVRO A SER LANÇADO EM JULHO DE 2022 - SOL NEGRO Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 02/07/2022
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